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Certa vez, durante um curso, estava realizando o preparo de solo com uma grade pesada e, à medida que o trator arrastava aquele implemento pelo campo, a poeira levantava e o vento a carregava para longe. Meu coração dói diante de uma cena dessas.
O que convencionalmente chamamos preparo de solo, ou seja, o “afrouxamento e destorroamento” do solo para o cultivo das nossas culturas é uma prática que comumente causa mais danos do que benefícios. Na realidade, o solo ideal para o crescimento das plantas não é um solo pulverizado e revirado pelo trator, mas um solo biologicamente estruturado por raízes, insetos, pequenos animais e microrganismos. Estes são os verdadeiros preparadores de solos.
O trabalho que estes seres realizam é precioso para a vida vegetal e não há implemento agrícola que produza resultados parecidos. Os processos que realizam transformam o solo de tal maneira a criar uma estrutura grumosa que permite:
· Livre expansão radicular
· Maior retenção de água
· Proteção contra impactos
· Redução da lixiviação de nutrientes
· Ciclagem de nutrientes
· Redução do risco de erosão
Já o trabalho realizado pelo NOSSO “preparo de solo” tem como efeito:
· Destruição da matéria orgânica do solo
· Destruição da estrutura do solo
· Compactação do solo
· Aumento da suscetibilidade à erosão eólica e hídrica
· Diminuição da capacidade de retenção de água no solo
É importante, portanto, compreendermos que o real trabalho de MELHORAR o solo é realizado pela vida no mesmo. Portanto, se queremos um bom solo, é indispensável:
· Constante deposição de matéria orgânica no solo
· Alta taxa de fotossíntese do sistema
· Alta taxa de enraizamento no solo
· Diversidade de plantas no sistema
Estas são condições essenciais para o bom desenvolvimento da vida no solo e, consequentemente, o enriquecimento deste.
No entanto, grades, subsoladores, enxadas rotativas e sulcadores tem sim o seu propósito e são essenciais para a implementação de sistemas agroflorestais.
Normalmente, as terras disponíveis para plantar são extremamente degradadas, não possuem mais a bioestrutura típica de solos “vivos”, estão compactadas e tem pouca atividade biológica e matéria orgânica. A utilização de maquinário nessa situação é essencial para:
· Incorporar insumos, tais como esterco, calcário, gesso agrícola, pós de rocha
· Desfazer camadas compactadas de solo, melhorando a possibilidade de enraizamento e infiltração de água da chuva
· Preparar o leito para o semeio e plantio de mudas
Gosto de dizer que o preparo de solo com máquinas tem como propósito desfazer danos causados pelo mau uso do solo e não melhorar as condições de solo. Após o preparo, o solo estará extremamente sensível e suscetível a erosão, compactação e aquecimento e é de extrema importante que seja coberto rapidamente por uma cobertura vegetal e, se possível, cobertura morta. O intervalo entre preparo do solo e semeio deve ser o mínimo possível.
Se você fizer um bom trabalho de preparo de solo, incorporando os insumos necessários para um bom desenvolvimento inicial da sua agrofloresta, fizer um plantio denso que rapidamente cubra o solo e produza constantemente boa quantidade de matéria orgânica que será alimentada de volta para o solo, o seu trabalho em relação ao solo acabou. Agora, as raízes, microrganismos, minhocas e besouros conduzirão o trabalho de bioestruturação do seu solo.
Por isso, quando iniciar uma nova agrofloresta, um novo plantio em um terreno degradado, prepare seu solo, prepare-o BEM, prepare-o como se fosse a última vez que fosse prepará-lo.
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